terça-feira, 25 de agosto de 2009

um dormir permanente abrindo os olhos sem nenhum desejo sem saber pra quelado ir ,correr ou andar...que lado olhar o que ver .A pele inicia a cicatrização daquilo que já está marcado a ferida correndo pelas veias as lembranças do que em acredito o mal-estar daquilo que não pude ver as cores.Entre os cachorros os cigarros e a dor durmo como se não quisesse mais viver.tudo e qualquer coisa me distrai desse beco que não vejo saída.Sonho com Litio rivotril e ouço chico que embala minha vontade de não-ser e não-estar.

sábado, 18 de abril de 2009

.

passava a mão pela cabeça como para acalmar pensamentos despenteados.suas costas doiam das coisas todas que levava até ali,sabia que tinha que fazer alguma coisa. Há algum tempo tem se repetido essa sensação em que é preciso fazer alguma coisa, para que a situação se mova, e qualquer coisa aconteça, menos deixá-la como está.Como jogo de sinuca.Lembrava da expressão que seu pai sempre repetia Sinuca-de-bico. Parecia mais uma vez , uma dessas situações, não queria se machucar mais e decidiu então não levantar a mão, pois era certo que sairia sangrando dali.Então ascendeu seu cigarro e abriu seu livro já lido pela metade,quis olhar para o céu , talvez escorpião já estivesse visivel-pensou-gostava de olhar para ele, era uma das poucas constelações que reconhecia,e achava -a bonita.Só isso,quis.
malas estradas e aquele sentimento de abandono que já conhecia faz tempo,sem saber qual era seu lugar, quisera apenas sair dali...malas e estradas.quando o sol se foi e as primeiras estrelas começaram a aparecer emoldurando a lua minguante, logo procurou escorpião, talvez muito cedo ainda-pensou. Não sabia para onde caminhar, algumas ideias na cabeça todas de fuga desse lugar que sabia que não seu. dessa fez seu filho a acompanhava, parecia ter o mesmo sentimento que ele. e resolveram tentar dormir mais uma noite nesse lugar que não eram deles. Decididamente, esse lugar não era deles.

terça-feira, 7 de abril de 2009

era noite.andava pela cidade que mal conhecia. não fora trabalhar. era noite. lembrava de macabea de Clarice. estava com sede. andava. entrou num bar .apenas o garçom e o caixa. pediu uma cerveja. ascendeu um cigarro. o garçom a olhava curioso. tirou da bolsa seu acompanhante. um livro.já lido pela metade. caio fernado. limite branco. esse adolescente dividia aquela e a proxima cerveja e mais cigarros. sorria levemente de vez em quando. bar vazio. lia como se pudesse conversar com as palavras. e voltou olhando para o céu. pensou em não ir trabalahr amanhã.
assustei-me com o barulho
um gosto de sangue desceu pela garganta.
só dei conta do que tinha acontecido
quando senti o sangue quente escorrendo da tempora esquerda
tentei dar um passo
o muro me segurou e levemente me levou ao chão
meus olhos se fecharam em camera lenta.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

um clichê antigo vem à cabeça.
superficialidade no sentir ou falta de verbos pra descrever não sei
queria falar da presença da sua ausência que me sustenta e me faz sorrir pequeno, como menina tímida que não sou. homem-menino e mulher-menina. permitimo-nos acordar embaraçados em nossos braços e em nossas confusoes.São tantas e tão tolas que a mesa ainda está posta e a sobremesa espera estragada na geladeira. Antes de dormir abraço Caio, no limite branco do romance adolescente me encanto e embalo num sono profundo raiando o dia seguinte.padaria,café e cigarro ,mais um dia da sua ausência. gosto de olha-la e v~e-la assim de frente, ladeada da caixa de entrada do e-mail vazia. das mensagens vazias da cama vazia e daquelas palavras ditas assim, quase que nascidas apenas pra romper o silencio que atortoa. Amor não é algo que acredito. Nos seus sinonimos pode até ser. talvez a carencia não os deixam escapar pelos dedos ou então outra coisa, que ,agora ,só posso chama-la de confusão, e ainda, pra ficar mais bonita de confusao mental.

quinta-feira, 12 de março de 2009

um algo no estômago
um nada no coração
um tudo na cabeça
pouco cigarro no maço
muita chuva no telhado
um frio na epiderme
um cansaço na derme
um choro na noite
um grito no escuro
numa ponte suspense
por poucos fios de algodão

segunda-feira, 9 de março de 2009


coleções mentais particulares:

*cascas de bananas jogadas na rua
*freiras no ponto de onibus
*hidrantes vermelhos
*cheiro de comida queimada
uma cafeteira
um livro
uma trilha sonora
de um filme bom
outro livro
um beijo
um suspiro
um pedaço de bolo
DEVOLUÇÃO



hoje é
aniversário
-Não quero mais colecionar machucados poéticos...-disse ela
-Quero uma nova coleção, uma de momentos poéticos!

e ali naquele momento teve o primeiro da coleção.
Acordou, sem querer.
abriu a porta de sua casa e viu o por-do-sol e ainda ,
no caminho da escola , achou dez centavos, sorriu.
cavalgando ou atirando-as ,elas sempre estão perto de nós , na poética ou na dor dos espinhos...

sexta-feira, 6 de março de 2009

uma sede
uma janela
a tosse
muita poeira
pouca música
algo que atormenta
um rádio sem sintonia
um livro sobre a loucura
um poeta contemporâneo
uma faca sem corte
a desistência de fazer o interurbano
um profundo sono
um eterno acordar
numa luz
numa cruz
nessa janela
na armadilha
na saia justa
no calo do dedinho
no cartão sem crédito
no vai e vem das coisas
no Sol que insiste em brilhar
no raio que o parta
naquela vizinha antiga
na saudade da amiga
no suor de dentro.
Assim que o dia clarear vou escurecer os cabelos e dançar na chuva...meio dia eu acordo o Sol a pino cabelos brancos claros e embaraçados o amargo na boca o cheiro do ralo e a saudade da Marina!
um verde acesso uma tosse na toalha branca um gole de qualquer coisa no gargalo um sinal de chuva no céu um calor do inferno astral uma mão atirada pela janela do onibus particular particulas de um que ser que me estranha a alma por estar em pé diante de um muro parado em frente a ele e ele ainda acredita em santa em bruxa ou em anta acrescento algumas palavras que já foram ditas outras ainda talvez não dessa forma mas as lagoas dos olhos já marejados por pedras e por cristais brilhantes no meio daquela escuridão daquela escada daquela rua barulhenta aquela que o vidro vibrava colocamos maços de cigarros para adubá-lo e não sabíamos o quando aquilo poderia ser poético ou olhar as estrelas segurando um osso de galinha sem roupa sem nada nos pés apenas o chão debaixo da minha cabeça que pesava como gigantes que resolvem dançar tango em plena madrugada, já pensou que poderíamos fazer qualquer coisa parei fumarei um cigarro. ou dois.
na altura das curvas um seco
no ar na garganta
trago o cigarro
então, acabo