sábado, 18 de abril de 2009

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passava a mão pela cabeça como para acalmar pensamentos despenteados.suas costas doiam das coisas todas que levava até ali,sabia que tinha que fazer alguma coisa. Há algum tempo tem se repetido essa sensação em que é preciso fazer alguma coisa, para que a situação se mova, e qualquer coisa aconteça, menos deixá-la como está.Como jogo de sinuca.Lembrava da expressão que seu pai sempre repetia Sinuca-de-bico. Parecia mais uma vez , uma dessas situações, não queria se machucar mais e decidiu então não levantar a mão, pois era certo que sairia sangrando dali.Então ascendeu seu cigarro e abriu seu livro já lido pela metade,quis olhar para o céu , talvez escorpião já estivesse visivel-pensou-gostava de olhar para ele, era uma das poucas constelações que reconhecia,e achava -a bonita.Só isso,quis.
malas estradas e aquele sentimento de abandono que já conhecia faz tempo,sem saber qual era seu lugar, quisera apenas sair dali...malas e estradas.quando o sol se foi e as primeiras estrelas começaram a aparecer emoldurando a lua minguante, logo procurou escorpião, talvez muito cedo ainda-pensou. Não sabia para onde caminhar, algumas ideias na cabeça todas de fuga desse lugar que sabia que não seu. dessa fez seu filho a acompanhava, parecia ter o mesmo sentimento que ele. e resolveram tentar dormir mais uma noite nesse lugar que não eram deles. Decididamente, esse lugar não era deles.

terça-feira, 7 de abril de 2009

era noite.andava pela cidade que mal conhecia. não fora trabalhar. era noite. lembrava de macabea de Clarice. estava com sede. andava. entrou num bar .apenas o garçom e o caixa. pediu uma cerveja. ascendeu um cigarro. o garçom a olhava curioso. tirou da bolsa seu acompanhante. um livro.já lido pela metade. caio fernado. limite branco. esse adolescente dividia aquela e a proxima cerveja e mais cigarros. sorria levemente de vez em quando. bar vazio. lia como se pudesse conversar com as palavras. e voltou olhando para o céu. pensou em não ir trabalahr amanhã.
assustei-me com o barulho
um gosto de sangue desceu pela garganta.
só dei conta do que tinha acontecido
quando senti o sangue quente escorrendo da tempora esquerda
tentei dar um passo
o muro me segurou e levemente me levou ao chão
meus olhos se fecharam em camera lenta.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

um clichê antigo vem à cabeça.
superficialidade no sentir ou falta de verbos pra descrever não sei
queria falar da presença da sua ausência que me sustenta e me faz sorrir pequeno, como menina tímida que não sou. homem-menino e mulher-menina. permitimo-nos acordar embaraçados em nossos braços e em nossas confusoes.São tantas e tão tolas que a mesa ainda está posta e a sobremesa espera estragada na geladeira. Antes de dormir abraço Caio, no limite branco do romance adolescente me encanto e embalo num sono profundo raiando o dia seguinte.padaria,café e cigarro ,mais um dia da sua ausência. gosto de olha-la e v~e-la assim de frente, ladeada da caixa de entrada do e-mail vazia. das mensagens vazias da cama vazia e daquelas palavras ditas assim, quase que nascidas apenas pra romper o silencio que atortoa. Amor não é algo que acredito. Nos seus sinonimos pode até ser. talvez a carencia não os deixam escapar pelos dedos ou então outra coisa, que ,agora ,só posso chama-la de confusão, e ainda, pra ficar mais bonita de confusao mental.